
Acabei de assistir ao primeiro filme dirigido pela diva pop Madonna. E posso dizer claramente que fiquei surpreso. Mesmo sendo fã da moça, eu não esperava muito disso. Acho que vocês vão concordar comigo: o que se pode esperar de um filme sobre um imigrante ucraniano metido a punk que mora com uma bailarina-stripper fracassada e uma farmacêutica-ladra obcecada pela África? Tudo isso sendo escrito por um roteirista inexperiente, dirigido pela Rainha do Pop que está no Hall da Fama do Rock. E os atroes são desconhecidos, isso quando são atores. Pra completar, ela é esposa de ninguém mais ninguém menos que Guy Ritchie, o diretor recordista de Framboesas de Ouro.

Mas eu confesso que fico feliz em ter me surpreendido. OK, "Sujos e Sábios" (
Filth and Wisdom, UK 2008) está sim entre os "Midnight Movies", mostra do Festival que reúne os filmes mais
trash, mas o fato de a sessão ter sido às 16h00 já diz alguma coisa. O roteirista acertou na mão ao mesclar nas doses certas elementos cômicos, dramáticos, românticos e, é claro,
trash. Madonna, por sua vez, acertou ao conduzir os atores por essa experiência e ao convidar o ucraniano Eugene Hutz, vocalista da banda
punk-cigano Gogol Bordello para interpretar uma persona que poderia ter a mesma história que ele, mas não tem. E a trilha sonora? Indescritível.

Escolheram músicas sensacionais, a maioria delas do próprio Gogol Bordello, é claro. (Mas a que eu coloquei aqui,
Alcohol, não está entre elas.) No meio desses sons inusitados e profissionalmente encaixados, durante uma cena que dura apenas alguns segundos e poderia ser tanto a mais sensual como a mais cômica de todo o filme (e merece as duas considerações) eis que surgem os primeiros acordes de um dos maiores hits
pop da década de 90. Não, eu não gosto da música, e não é da Madonna. Corre que ainda dá tempo de assistir!

Daqui a pouco tem meu comentário de "Vocês, Os Vivos" (Du Levande, de Roy Anderson, Suécia/Alemanha 2007).
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